Editora: Livros do Brasil
Tradução de Armando Ferreira
Capa de Infante do Carmo
Prefácio de Lord William Percy
Apresentação do Capitão Charles Pitman
Dimensões: 145 X 210 X 18 mm
Nº de páginas:184
Nº de fotografias a P/B: 28
“Born Free” causou sensação quando foi
publicado pela primeira vez em 1960. Primeiro livro de uma escritora checa
chamada Joy Adamson, o livro conta a experiência que a autora teve juntamente com
o seu marido, George Adamson, ao devolverem à vida selvagem uma leoa por eles criada
desde os três meses de idade, numa reserva de caça do Quénia, durante os
últimos anos da década de 1950. Na altura foi um êxito extraordinário de vendas,
tendo estado 13 semanas em 1º lugar dos bestsellers do New York Times. O
sucesso estendeu-se practicamente a todo o mundo, tendo havido traduções em
inúmeras línguas. Tal êxito daria origem a um filme, com o mesmo nome, que
estreou EUA a 4 de Março de 1966. Com argumento de Lester Cole e da própria
escritora, a realização foi entregue a James Hill. O próprio George Adamson foi
colaborador durante a produção do filme. Os papéis principais foram entregues a
Virginia McKenna e Bill Travers (casados na vida real), e o binómio
livro/película teve um enorme impacto sobre a conservação dos animais selvagens
e o meio ambiente.
Em Portugal, quer o livro
quer o filme, foram apresentados com o nome de “Uma Leoa Chamada Elsa”. Tinha 13
anos quando vi o filme pela primeira vez em Julho de 1966, altura em que a
estreia ocorreu em Johannesburg. Para alguém nascido e criado no continente
africano, aquela pequena história veio cimentar ainda mais a minha paixão por
África, nessa altura em fase acelerada de crescimento. Foi por isso um filme
que marcou o início da minha adolescência, apesar de só muito mais tarde ter tido
acesso ao livro. Aliás, não é caso único: considero-me mais cinéfilo do que
leitor, e ao longo da vida foi o cinema que me serviu de introdução a muitas
obras literárias. De recordar ainda a homónima e belíssima canção do filme (galardoada
com o respectivo Oscar, bem como o score musical), composta por John
Barry (música) e Don Black (letra) e popularizada na voz de Matt Monro.
Nascida a 20 de Janeiro de
1910 em Silesia, na parte austríaca, Friederike Victoria Gessner foi educada em
Viena, estudando música, escultura e medicina. Casou-se pela primeira vez com
25 anos, mas o casamento não durou muito. Em 1937 viajou para o Quénia, onde
conheceu o segundo marido, o botânico Peter Bally, que lhe deu a alcunha de
Joy. O apelido Adamson só o viria a obter em 1944, quando se casou pela
terceira e última vez com George Adamson, guarda de uma reserva de animais
selvagens, que conheceu durante um safari. A dedicação do casal aos animais
culminou, como se sabe, na história da leoa Elsa (assim chamada porque Joy
tinha tido na sua juventude uma grande amiga com esse mesmo nome). Em Janeiro
de 1961, um ano depois do lançamento do livro, Elsa, a “estrela” principal,
viria a morrer, vítima da chamada febre do carrapato (tick fever). Foi
enterrada no Meru National Park.
A partir dessa data o casal
separou-se, seguindo cada um deles rumos diferentes, apesar de oficialmente
nunca se terem divorciado. Permaneceram bons amigos, passando inclusive muitos
natais juntos. Joy Adamson viria a falecer na reserva nacional do Shaba, a 3 de
Janeiro de 1980 (a 17 dias de completar os 70 anos), assassinada por um
empregado. Foi cremada, e as cinzas deitadas no local onde Elsa se encontrava
sepultada. Além de escritora, Joy era uma conceituada pintora, e muitos dos
seus mais de 500 trabalhos encontram-se expostos num museu de Nairobi. George
Adamson viveria mais nove anos do que a mulher, tendo morrido também no Quénia,
aos 83 anos, e também assassinado por foragidos. Encontra-se sepultado junto ao
seu leão favorito, de nome Boy. Três anos antes da sua morte, George tinha
publicado a sua autobiografia, intitulada “My Pride and Joy”.
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