“O Grande Gatsby” (1925)
Autor: F. Scott FitzgeraldTradução: José Rodrigues Miguéis
«O Grande Gatsby, 1925, a história de um homem que tenta em vão recuperar um amor de juventude, no qual transparece a nostalgia do velho Sonho americano de um novo mundo. Mais do que qualquer outro escritor da sua geração, Scott Fitzgerald retrata os anos que se seguiram à Primeira Guerra Mundial.» [Jorge Luis Borges]
(nota: recomendo vivamente a tradução de José Rodrigues Miguéis)
Francis Scott Key Fitzgerald nasceu em St. Paul, Minnesota, em 1896. Frequentou a universidade de Princeton e publicou o seu primeiro romance, “Este Lado do Paraíso”, em 1920. Para além de “O Grande Gatsby” (1925) e “Terna é a Noite” (1934), consideradas as suas obras mais importantes, é também autor de mais de 160 contos, entre os quais “O Estranho Caso de Benjamin Button” que, tal como “O Grande Gatsby”, foi alvo de adaptação cinematográfica. Contemporâneo de escritores como Ernest Hemingway e John dos Passos, F. Scott Fitzgerald morreu em Hollywood, em 1940.
Generally considered to be F. Scott Fitzgerald's finest novel, The Great Gatsby is a consummate summary of the "roaring twenties", and a devastating expose of the «Jazz Age». Through the narration of Nick Carraway, the reader is taken into the superficially glittering world of the mansions which lined the Long Island shore in the 1920s, to encounter Nick's cousin Daisy, her brash but wealthy husband Tom Buchanan, Jay Gatsby and the mystery that surrounds him.
Considerada a obra-prima de F. Scott Fitzgerald, «O Grande Gatsby» é um clássico da literatura do século XX e o retrato mais expressivo da «idade do jazz», em todo o seu esplendor e decadência. Jay Gatsby é o herói que personifica o materialismo obsessivo e o desencanto do pós-Primeira Guerra Mundial. Imensamente rico e desprovido de escrúpulos, Gatsby procura preencher o vazio que o domina tentando impressionar, e assim conquistar, Daisy Buchanan, por quem se apaixonara na sua juventude, mas que, entretanto, casara com o milionário Tom Buchanan. Contudo, na sua busca da inocência e do amor perdidos, Gatsby encontra apenas o fim de um sonho.
«O Grande Gatsby» talvez seja, como alguns afirmaram, o único romance perfeito. Ao relê-lo, espantamo-nos sempre com a sua brevidade: não é muito mais longo do que um conto de Henry James. T. S. Eliot julgou-o o único grande passo no romance americano desde a morte de James. Não deu origem a uma tradição americana. O livro mal delineado, com calão e que alcança grande sucesso é correctamente considerado o típico contributo americano para a arte do romance. Os leitores americanos do Saturday Evening Post, que admiravam as histórias de Fitzgerald sobre a época do jazz, não o conheciam como autor de um grande livro. A notoriedade popular de Fitzgerald desde a sua morte baseou-se mais na vida do que na obra — o «crackup» (colapso físico ou mental), o alcoolismo, a loucura da sua mulher Zelda. A sua arte era demasiado sofisticada e a sua ironia demasiado subtil para uma audiência ampla.» [Anthony Burgess].
CAPÍTULO PRIMEIRO
Era eu rapaz, e ainda impressionável, meu pai deu-me um dia um
conselho que, desde então, me ficou às voltas na cabeça. Disse ele:
— Quando te sentires com vontade de criticar alguém, lembra-te
disto: nem todos tiveram neste mundo as vantagens que tu tiveste.
Mais não disse, e bastou: fomos sempre muito comunicativos, mas
com certo aticismo. Percebi que ele queria dizer muito mais do que
as palavras.
Tornei-me assim propenso a reservar os meus juízos, …………….
……….. Isto de reservar o nosso juízo é uma das questões de
infinitas esperanças. Ainda hoje me sinto um tanto receoso de que
alguma coisa me escape, se me esqueço de que, como o meu pai
sugeriu com snobismo, e eu com snobismo repito, o senso das
decências fundamentais da vida é um dom desigualmente repartido à
nascença...
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(Post by Zé Marrana)
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