sábado, 11 de fevereiro de 2023

William Shakespeare

15 a 20 minutos a partir da página da Editora

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William Shakespeare ~ Sonetos 


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Tradução: Ana Luísa Amaral

EAN: 9789896415716
Data de Publicação: 11/15
Nº de Páginas: 75
Formato: 15,3 x 23,3 cms
Acabamento: Capa Mole


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William Shakespeare

(23 de abril de 1564 — 23 de abril de 1616)
foi um poeta, dramaturgo e ator inglês,
tido como o maior escritor do idioma inglês e o mais influente dramaturgo do mundo


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Soneto 1

Dos mais formosos seres esperamos descendência.
Que a beleza da rosa possa, eterna, viver,
Mas, assim como o velho com o tempo definha,
Possa o seu doce herdeiro dele a memória ser.

Mas tu, comprometido ao teu brilhante olhar,
Alimentas-te em chama com a tua própria luz,
E fomentas a fome onde existe opulência,
Tu próprio o inimigo, o mais cruel, de ti.

Tu, que és hoje do mundo ornamento perfeito,
Que és, só por ti, arauto da alegre Primavera,
Em teu próprio botão enterraste a alegria,

E esbanjas-te, meu querido, dissipas-te a sorrir.
Tem piedade do mundo, ou ele irá engolir
O que a ele é devido, pela tumba e por ti.


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Ana Luísa Amaral

(Lisboa, 5 de abril de 1956 – Porto, 5 de agosto de 2022)
foi uma poetisa portuguesa,
tradutora e professora de Literatura e Cultura Inglesa e Americana 
na Faculdade de Letras da Universidade do Porto


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Da Introdução

«De entre os 154 sonetos que William Shakespeare nos deixou, publicados em 1609, já no reinado de Jaime I, e que se julga terem sido escritos ao longo de toda a sua carreira, escolhi 31 para esta antologia. Para além do critério de gosto, sempre subjectivo mas nunca irrelevante, essa escolha não foi arbitrária. Os primeiros 126 sonetos do poeta e dramaturgo inglês são dirigidos a um homem, jovem, belo e nobre, geralmente referido como “lovely boy”, ou “fair youth”, amado e idolatrado pelo poeta, que sabe não ser retribuído o seu amor. Os restantes sonetos (do 127 ao 152) são dedicados a uma mulher, normalmente referida como “dark lady”, perigosamente sedutora, uma amante traidora e cruel, mas capaz também de despertar satisfação sexual. Por sua vez, os dois últimos sonetos (153 e 154) recorrem à figura de Cupido para fechar o triângulo amoroso sugerido pela presença do jovem e da mulher como destinatários, exprimindo o conflito entre o poeta e os seus dois objectos amorosos, mas não tratando directa-mente as temáticas presentes nos dois primeiros grupos: a passagem inexorável do tempo, a procriação, o desejo, o erotismo, o ciúme, o abandono, a paixão, ou a força da palavra e da poesia como única forma de perpetuar a beleza e o amor — e a memória do amor.

Seleccionei 25 sonetos de entre o primeiro grupo, os dedicados ao homem jovem, 5 sonetos de entre o segundo grupo, os dedicados à mulher escura e infiel, e o Soneto 154, o último de toda a série. Casos houve em que os sonetos foram agrupados (como os Sonetos 88, 89 e 90), visto dialogarem entre si e se constituírem como argumento próprio. Pareceu-me que esta escolha ofereceria a quem lê uma amostra expressiva do conjunto completo.»


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