A história da evolução do gosto, que levou à educação do paladar e à eleição da gastronomia como uma arte, percorreu um longuíssimo caminho, desde a Idade da Pedra até aos nossos dias. Esse percurso é narrado numa trilogia através de acontecimentos passados nos cinco continentes, episódios históricos e mitos nacionais e universais, personalidades que reflectiram e influenciaram o mundo dos paladares (reis, filósofos, cientistas, escritores) e também de várias centenas de receitas que atravessaram séculos ou mesmo milénios, por via oral, manuscrita ou impressa, através de incontáveis gerações, chegando quase inalteradas aos nossos dias. A vastidão do tema levou a autora a dividir a obra em três volumes, que se completam, embora com perspetivas distintas: o de Sedução, o primeiro, gira em torno dos paladares mais viscerais e que mais apelo fazem aos sentidos; o de Perdição, com prefácio de Virgílio Gomes, um autor consagrado na temática da gastronomia e um dos maiores especialistas portugueses na sua história; e finalmente o terceiro volume dedicado à Redenção, com prefácio do Chef João d’Eça Lima.
O primeiro volume desta trilogia sobre a história dos paladares recebeu inúmeros elogios da crítica e, mais importante ainda, o prémio maior da gastronomia, o Óscar da Gastronomia, como a ele muitas vezes se referem: foi considerado pela Académie Internationale de la Gastronomie o melhor livro de 2021. Mais recentemente, a sua autora, Deana Barroqueiro, viu o seu nome ser novamente consagrado, desta vez com o Prémio Femina 2021, pelo estudo e divulgação da cultura, história e sociedade de matriz portuguesa no estrangeiro e na lusofonia. Mais recentemente, os dois primeiros volumes receberam o galardão de melhores do mundo em 2022, nas categorias de "Séries" e "História da Gastronomia", pela organização Gourmand Best in the World Awards.
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Deana Barroqueiro nasceu em New Haven Connecticut, nos Estados Unidos da América, em 23 de julho de 1945. Foi essencialmente através da escrita que tomou consciência do seu ser e se relacionou, comunicando e comungando, com o mundo que a rodeava. Licenciou-se em Filologia Românica na Faculdade de Letras de Lisboa, de cujo grupo de teatro fez parte juntamente com Luís Miguel Cintra, Luís Lima Barreto, Jorge de Silva Melo e tantos outros, num tempo conturbado mas de contínua mudança que recorda com saudade e emoção. Por vocação, tornou-se professora de Português, fazendo o estágio na Escola Secundária Passos Manuel, em Lisboa, onde tem concretizado a maioria dos seus projectos de Teatro e de Escrita Criativa com os alunos, tendo publicado várias obras com o Grupo de Trabalho do M.E. para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, a Câmara Municipal de Lisboa e o Instituto de Inovação Educacional. Deana Barroqueiro confessa-se uma apaixonada da Língua e Cultura portuguesas, em particular dos Séculos XVI a XVIII, que estuda há mais de vinte anos, e sendo, por natureza ou vício, uma contadora de histórias, não resistiu ao desejo de partilhar, com quem a quiser escutar, essas surpreendentes descobertas das vidas aventurosas ou trágicas, por isso mesmo tão humanas e próximas, de personagens históricas que fazem parte do nosso imaginário coletivo. Publicou oito romances históricos e dois livros de contos, os quais já se encontram traduzidos e editados em Espanha, em Itália e no Brasil. No dia 21 de Novembro de 2003, nos Estados Unidos da América, durante o sarau para atribuição de prémios do Concurso Literário Proverbo, de cujo júri fez parte, a escritora recebeu um louvor pela Câmara de Newark, em reconhecimento do seu contributo para a divulgação e promoção da língua e cultura portuguesas entre as comunidades de emigrantes da América, Canadá e Europa. É autora do primeiro livro de ficção editado pela Porto Editora, D. Sebastião e o Vidente e venceu o Prémio Máxima de Literatura (Prémio Especial do Júri).
(Post by Jota Marques)
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