terça-feira, 15 de novembro de 2022

BOB DYLAN ~ "MASTERS OF WAR"

MASTERS OF WAR
(recorded April 24, 1963)


Come you masters of war
You that build the big guns
You that build the death planes
You that build all the bombs
You that hide behind walls
You that hide behind desks
I just want you to know
I can see through your masks
 
You that never done nothin'
But build to destroy
You play with my world
Like it's your little toy
You put a gun in my hand
And you hide from my eyes
And you turn and run farther
When the fast bullets fly
 
Like Judas of old
You lie and deceive
A world war can be won
You want me to believe
But I see through your eyes
And I see through your brain
Like I see through the water
That runs down my drain
 
You fasten all the triggers
For the others to fire
Then you set back and watch
While the death count gets higher
You hide in your mansion
While the young people's blood
Flows out of their bodies
And is buried in the mud
 
You've thrown the worst fear
That can ever be hurled
Fear to bring children
Into the world
For threatening my baby
Unborn and unnamed
You ain't worth the blood
That runs in your veins
 
How much do I know
To talk out of turn?
You might say that I'm young
You might say I'm unlearned
But there's one thing I know
Though I'm younger than you
Even Jesus would never
Forgive what you do
 
Let me ask you one question
Is your money that good?
Will it buy you forgiveness?
Do you think that it could?
I think you will find
When your death takes its toll
All the money you made
Will never buy back your soul
 
And I hope that you die
And your death will come soon
I will follow your casket
By the pale afternoon
And I'll watch while you're lowered
Down to your deathbed
And I'll stand over your grave
'Til I'm sure that you're dead



SENHORES DA GUERRA

 

Vinde, senhores da guerra
Vós que construís todas as armas
Vós que construís os aviões da morte
Vós que construís as grandes bombas
Vós que vos escondeis atrás de muros
Vós que vos escondeis atrás de secretárias
Eu só quero que vocês saibam
Que consigo ver através das vossas máscaras
 
Vós que nunca fizestes nada
Senão construir para destruir
Vós brincais com o meu mundo
Como se fosse o vosso brinquedinho
Vós colocais-me uma arma na mão
E escondeis-vos dos meus olhos
E virais as costas e fugis para bem longe
Quando voam as balas velozes
 
Como o Judas de outrora
Vós mentis e enganais
Uma guerra mundial pode ser ganha
Vós quereis que acredite
Mas vejo através dos vossos olhos
E vejo através da vossa mente
Como vejo através da água
Que se escoa pelo cano abaixo
 
Vós firmais os gatilhos
Para os outros dispararem
Depois recuais e ficais a ver
Quando a contagem de mortes se eleva
Vós escondei-vos na vossa mansão
Enquanto o sangue dos jovens
Lhes escorre dos corpos
E se enterra na lama
 
Vós lançaste o pior dos medos
Que alguma vez se pode proferir
Medo de trazer filhos
Ao mundo
Por ameaçardes o meu filho
Por nascer e sem nome
Não valeis o sangue
Que vos corre nas veias
 
Quanto é que eu sei
Para falar o que não devo
Vós podeis dizer que sou novo
Vós podeis dizer que sou ignorante
Mas uma coisa há que eu sei
Ainda que seja mais novo que vós
Nem mesmo Jesus jamais
Perdoaria o que fazeis
 
Deixai-me fazer-vos uma pergunta
O vosso dinheiro é assim tão bom
CVomprar-vos-á o perdão
Achais que poderia
Penso que descobrireis
Quando a vossa morte vier cobrar o seu direito
Que todo o dinheiro que ganhastes
Jamais vos resgatará a alma
 
E espero que vocês morram
E a vossa morte chegue depressa
Seguirei o vosso caixão
Na pálida tarde
E ficarei a ver até vos baixarem
Ao vosso leito de morte
E vou vigiar a vossa campa
Até ter a certeza que estais mortos



Tradução de Angelina Barbosa e Pedro Serrano
in "Canções Volume 1 (1962-1973)"
Editora: Relógio D'Água, Setembro de 2006

(Post by Jota Marques)

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