terça-feira, 20 de dezembro de 2022

O LIVRO DO HUMOR NEGRO

 

Editora: Ausência, Outubro 2004
Organização de Cátia Sousa
ISBN: 989-553-136-2
Nº de páginas: 112
EPICURO
(341-270 AC)

Familiariza-te com a ideia de que a morte não é nada para nós, porque todo o bem e todo o mal residem na sensação; ora, a morte é a privação consciente desta última. Este conhecimento seguro de que a morte não é nada para nós tem como consequência apreciarmos mais as alegrias que nos oferece a vida efémera, porque esta não acrescenta uma duração ilimitada, mas retira-nos, pelo contrário, o desejo de imortalidade. Portanto, o pior dos males não é nada para nós, visto que enquanto existirmos a morte não existe e quando a morte chega nós não existimos mais. A morte, por conseguinte, não tem nenhuma relação com os vivos nem com os mortos, dado que ela não é nada para os primeiros e os últimos nada são para ela.

SIGMUND FREUD
(1856-1939)

É-nos absolutamente impossível representar a nossa própria morte e sempre que o tentamos só o conseguimos como espectadores... No fundo, ninguém acredita na sua própria morte e, no seu inconsciente, cada um está convicto da sua imortalidade. Eu não me interesso nada pela vida depois da morte!

FRANZ KAFKA
(1883-1924)

A eternidade é longa, sobretudo lá para o fim.

JACQUES PRÉVERT
(1900-1977)

Se ele morreu, então porque irei eu ao enterro dele, já que ele não vai ao meu?

SALVADOR DALI
(1904-1989)

Quando os comboios descarrilam o que me faz pena são os mortos da primeira classe.

(Post by Jota Marques)

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