“Os Enamoramentos” foi eleito o melhor livro do ano pela imprensa literária espanhola, no mesmo ano em que Javier Marías recebeu o Prémio Literário Europeu, pelo conjunto da sua obra. Há escritores que não sabem escrever mal... Marías é assim... Livro duro, talvez pelas ambiguidades tão humanas que encerra, mas belo e muitíssimo bem escrito, lê-se, sente-se, emociona, faz pensar, enfim..., todos esses sentimentos e emoções que esta espécie de “magia portátil” que é a literatura nos consegue fazer sentir, estão aqui perfeitamente medidos, condensados. A mente de Marías é profunda, aguda, por vezes chocante, outras vezes hilariante, e sempre inteligente… Marías demonstra, na sua escrita, uma empatia penetrante, evocando grandes mestres da palavra como Borges. E os seus enredos, engenhosos como um jogo de xadrez, trazem à memória o grande mestre de estratégia, Vladimir Nabokov. No centro deste romance elegante e perturbador está uma interessantíssima reflexão sobre o amor e todas as suas ramificações. Uma obra-prima assombrosa.
Javier Marías Franco
(Madrid, 20 de Setembro de 1951 – Madrid, 11 de Setembro de 2022) foi um dos
mais destacados autores espanhóis dos últimos cinquenta anos. Escreveu
romances, livros de contos e de ensaio, muitos dos quais publicados em Portugal
pela Alfaguara: “Tomás Nevinson”, “Berta Isla” (Prémio da Crítica), “Assim
começa o mal”, “Os enamoramentos” (Prémio Giuseppe Tomasi di Lampedusa; Prémio
Qué Leer), “Coração tão branco” (Prémio da Crítica; Prix l'Oeil et la Letre;
IMPAC Dublin Literary Award), “Amanhã na batalha pensa em mim” (Prémio
Fastenrath; Prémio Rómulo Galegos; Prix Fémina Étranger), “Todas as almas”, a
trilogia “O teu rosto amanhã” e o volume de contos “Não mais amores”. Foi
professor na Universidade de Oxford e na Universidade Complutense de Madrid.
Foi membro da Real Academia Espanhola. Morreu em Setembro de 2022, dias antes
de completar setenta anos, deixando como legado aos seus leitores uma obra
extraordinária, que perdurará no tempo, e que se encontra publicada em 46
idiomas e 59 países, com cerca de nove milhões de exemplares vendidos em todo o
mundo.
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