quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

ERIC CLAPTON: "AUTOBIOGRAFIA"

 

Título original: Clapton - the Autobiography
E.C. Music Limited, 2007
Editora: Casa das Letras, Maio de 2008
Tradução: Pedro Serras Pereira
Dimensões: 150 X 230 X 23 mm
Foto da capa: Norman Watson, 1999
Nº de páginas: 370
ISBN: 978-972-461-803-6

 

Mais do que uma estrela de rock, Eric Clapton é um ícone, uma personificação viva da história da música rock. Bem conhecido pela sua reserva numa profissão marcada pela autopromoção, o exibicionismo e o exagero, decidiu agora contar-nos, pela primeira vez, a sua notável história pessoal e profissional. Nascido filho ilegítimo em 30 de Março de 1945, Eric foi criado pelos avós, nunca conheceu o pai e, até aos nove anos de idade, viveu convencido de que a sua mãe era sua irmã. Nos primeiros anos da adolescência a guitarra foi o seu consolo, e o seu incrível talento iria fazer dele um herói de culto nos clubes ingleses e inspirar os seus fãs mais devotos a escrever, um pouco por todo o lado, "Clapton is God". The Yardbirds, Cream, Blind Faith ou Derek & The Dominos foram os vários grupos a que pertenceu (tocou ainda com Delaney & Bonnie), antes de iniciar a sua imparável carreira a solo em 1970 com um primeiro album homónimo. O amor não correspondido de Pattie Boyd, na altura mulher de George Harrison, fê-lo descer aos locais mais sombrios do desespero, a uma reclusão auto-imposta e à dependência de drogas durante três anos (1971-1974). 

Consegue superar essa fase e finalmente alcança o amor de Pattie, que entretanto se tinha divorciado de Harrison. "Layla" e "Wonderful Tonight" são as duas canções icónicas dedicadas por Clapton à mulher que constituiu a sua grande paixão e com a qual acabou por se casar em 1979. O casamento duraria dez anos, período em que Clapton substituíu a heroína pelo álcool como o seu vício de eleição. Já nos anos 90, Clapton tornar-se-ia pai. Mas justamente na altura em que a sua vida se começava a recompor, foi atingido por um golpe terrível: Connor, o filho de apenas 4 anos que teve com Lory Del Santo, uma actriz da televisão italiana, cai de um 49º andar de Nova Iorque. Noutros tempos, Eric teria reagido à tragédia refugiando-se no mundo das drogas. Mas felizmente tal não voltou a acontecer e Clapton seguiu para diante com a sua música, respondendo à perda de Connor com a beleza pungente de "Tears in Heaven".


Em 2002 casar-se-ia de novo, com Melia McEnery, com quem teve quatro filhas. A família vive nos arredores de Londres. Esta autobiografia de Clapton é uma história poderosa, escrita por um sobrevivente, um homem que atingiu os píncaros do sucesso apesar de todos os seus demónios. É um dos livros de memórias mais cativantes do nosso tempo. «A cena musical tal como a vejo hoje é pouco diferente daquilo que era quando eu estava a crescer. As percentagens são basicamente as mesmas - 95 por cento de lixo, 5 por cento de música pura. (...) A música encontrará sempre uma maneira de chegar até nós, com ou sem negócio, política, religião, ou qualquer outra treta atrás.»

(Post by Jota Marques)

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