segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

A VIDA AMOROSA DE MOLL FLANDERS

 

Título original: "The Fortunes and Misfortunes of 
                       the Famous Moll Flanders" (1722)
Tradução: Fernanda Pinto Rodrigues
Editora: Círculo de Leitores, Fevereiro 1974
Capa dura
Dimensões: 130 X 204 X 26 mm

A vida escandalosa da mais famosa cortesã, ladra e aventureira de todos os tempos. O que é uma vida, quando vista à distância? Duas datas, um nome e alguns adjectivos. É assim com Moll Flanders: mulher dissoluta, ladra, incestuosa e, por fim, penitente. A sua vida é feita de eternos recomeços que a transformam num exemplo superior de humildade e de vontade férrea: nascida na prisão, educada por caridade e seduzida aos dezasseis anos, Moll Flanders conhece, ao longo da sua vida, três ligações irregulares e cinco maridos, alternando sucessivamente entre a miséria e a fortuna... Mais do que um romance de aventuras, o retrato de uma personalidade única e uma acerba crítica de costumes. Adaptado por diversas vezes ao cinema, será eventualmente a versão de 1965, com Kim Novak na protagonista, aquela que o público em geral mais recorda. Outros intérpretes conhecidos que entram nesse filme de Terence Young: Vittorio de Sica, Richard Johnson, Angela Lansbury, George Sanders ou Lilli Palmer, entre outros.

Daniel Foe — o apelido só seria alterado pelo autor em 1695 para Defoe — (1659-1731), é considerado por muitos o primeiro romancista de língua inglesa. Autodidacta, foi comerciante, economista, jornalista, aventureiro e espião antes de escrever o seu primeiro romance, "As Aventuras de Robinson Crusoe", aos sessenta anos. Confundiu na sua obra o real com o imaginário e manifestou no seu tempo o dom único de atribuir aos domínios da imaginação os métodos de descrição do real. Nascido em Londres, era de origem muito humilde e de religião não conformista. Lançado ao mundo dos negócios teve diversas actividades desastrosas e, passado à política, vê-se condenado ao garrote de que o liberta a sua grande popularidade e a protecção da turba. Na sua passagem pelo jornalismo, adopta modelos muito próprios e sobretudo satíricos. Tendo testemunhado na infância a Peste e o Grande Incêndio de Londres, acabou por se transformar num apaixonado por viagens depois de conhecer profundamente países como a França, Espanha e os Países Baixos. Com uma vida extremamente aventurosa, esteve encarcerado por dívidas e lutou durante um breve período de tempo na rebelião do duque de Monmouth. Poucos anos depois começou a escrever panfletos político-satíricos que, de novo, o iriam conduzir à prisão. Por intervenção de um ministro Tory, acabaria por ser libertado e durante onze anos viria a ser agente secreto e jornalista político dos Tories. Deliciou-se durante toda a vida na representação de diversos papéis e disfarces, utilizando-os com grande efeito como espião, e escreveu mais de quinhentos livros, panfletos e artigos jornalísticos abrangendo tópicos como a política, crime, religião, geografia, matrimónio, psicologia e sobrenatural. Em 1722 publica esta agora famosíssima "Moll Flanders" (aka "A Vida Amorosa de Moll Flanders"). É nesta obra sublime que Defoe surge como grande mestre do patético naturalista e com ela ultrapassa grandemente os quadros intelectuais do classissismo contemporâneo. Morreu na cidade de Londres em 1731, segundo se diz de "uma letargia".

(Post by Jota Marques)

Sem comentários:

Enviar um comentário

Diga bem, diga mal, mas dê-nos a sua opinião: ela é muito importante para nós!